quinta-feira, 14 de outubro de 2010

Desabafo devaneante sobre Loucuras telefônicas na madrugada...







Sabe quando você está de saco cheio
da mesmice que te cerca,
quando está sufocado e às vezes nem sabe o porquê..
Ou quando a carência toma conta e a coisa que mais desejas é um afago sincero,
alguém que te ponha no colo, te faça um carinho, te encha de beijos
ou mesmo te abrace de conchinha e durma assim, encoxadinho contigo à noite inteira. 
Talvez até uma noite de sexo quente sem pudores, inibições ou culpas..
Apenas prazer...no seu mais puro sentido. Prazer em dar. Prazer em saborear..
Prazer em ter.. Prazer em receber.. Prazer em tocar.. Prazer em ser tocado..
lambido.. beijado.. acariciado.. cheirado.. mordido.. arranhado... gritado.. gemido.. sussurado.. gozado.

Bom eu queria isso tudo e muito mais... há dias me sentia inquieta,
provavelmente por ter assumido esse blog e tomado algumas decisões pra minha vida.
Cansei de viver uma vida que não é minha.
Cansei de fingir algo que não sou por aparências ou puritanismo.
Dogmas impostos por gente que vive de recalcar os outros.
Cansei de viver aprisionada em mim. Cansei de ser submissa do medo, da culpa, do arrependimento.
De viver sempre num será.. num talvez.. num podia ter sido. Cansei.. cansei de mim mesma.
Num dia desses... nesse turbilhão de sentimentos... me permiti.
Me permiti ser eu.. me permiti sentir.. fechei meus olhos e disse: Dane-se!!  Provavelmente me encharquei em Anais Nin, num de meus deleites literários.
Talvez o relato abaixo seja visto como redundante visto que acabei de dizer que cansei de fingir.
Mas o meu cansar é o cansar do mundo real. Da hipocrisia urbana diária.
Jamais, cansei das minhas fantasias.

Ri..chorei..tive medo..fugi...voltei e tentei.
Peguei o caminho mais fácil hoje em dia.. entrei em um desses milhares de chats,
adentrei de sala em sala, experimentei.. Até pq toda mudança verdadeira deve ser começada aos poucos.
olhei imagens eróticas, ouvi asneiras, ouvi meias verdades, ouvi verdades inteiras, ouvi gente frustrada, agressiva, burra, inteligente, mal amada, totalmente amada, tarada. Andei... andei e andei..
Comecei a relembrar quando tive algumas fantasias com o tema, lá no fim da adolescência,
Ter e dar prazer através de um telefone. Loucura? Carência? Fuga?
Pensei pq não?.. Afinal, era tão bom..
Meu primeiro orgasmo aconteceu assim, aos 20 anos, ao telefone.
E se prolongou por 2 anos enquanto me relacionava diariamente, anonimamente com meu primeiro Dom. 
Dom Fábio.. onde estiver.. aqui vai o reconhecimento por meu 1 gozo.
O primeiro de muitos.. Obrigada!

 


O anonimato nos protege e conduz como um fio tênue de uma teia de aranha..
Ao mesmo tempo que nos protege, nos isola.
Nosso Id se solta.. os egos se inflam.. e a verdade aflora.
Nossos desejos, fantasias, taras, vontades mais secretos vem à tona.
Se você tem dúvidas do que gosta, do que deseja..
Comece assim, brinque anonimamente..
seja por web ou telefone.
Se prepare.. deguste... aprenda.
Estimule a imaginação..
perca se nas fantasias.
"Só quando deixamos de ser nós mesmos,
que descobrimos quem verdadeiramente somos."
Achei-o quando estava quase desistindo.. já frustrada e broxada.
Veio como quem não quer nada, além de uns minutos pra curar a solidão.
Foi gentil, honesto e carinhoso nos modos.. no despir se da vida fria.
Senti sua frustração, sua carência e solidão transbordando através das curtas frases digitadas.
Me envolveu por completo... ficamos sós entre mais de 30 "chateantes".
Solteiro.. namorando.. 38 anos e incompleto, frustrado, cheio de amarras,
mas completamente louco pra se soltar. Após um papo entusiasmado,
propus um trato, impensado, do nada..
Ele topou depois de um leve hesitar.
Confiança e honestidade 100% pra nós.
Mantermos contato e abrirmos nosso corações,
nossas fantasias e vontades. Sermos livres.
Mútuamente livres. Numa via de mão dupla
real ou virtual.. Contatando nos até ambos
estarmos curados.


Não pensei no antes ou no depois.. pensei apenas em nós e no durante. Quis ser apenas, a doce cura praquele homem menino. Não quis pensar na namorada ou se ele ia continuar a me ligar. Não quis idealizar ou esperar nada mais do que me foi dado. Sem promessas, sem pudores mágoas ou rancores.
Talvez fosse o lado subserviente que trago enraizado.
Talvez fosse o lado Domme de ter o controle do prazer alheio, afinal aquele sorriso,
aquela vontade d+, aquele excitante momento foi conduzido por mim.
Por nós.. claro,  mas iniciado por mim.
Nessas horas me pego analisando se tendo mais a dominar ou a servir.
Pois, sinto tanto prazer em ambos. Switcher? Talvez...
Num impulso dei meu telefone... esperei alguns minutos..e ele calado..
provavelmente se remoendo entre dever e poder.. Ouvi o toque no celular, gelei... com dedos trêmulos Atendi.. Silêncio. Disse um oi nervoso, ele respondeu um oi aliviado.
Sua primeira frase: Acho que eu é que estou ficando louco!  Rimos.. rimos muito..
Como duas crianças a descobrir o pote de doces secreto.
Entre frases e risadas, rolei deitada, meu quadril na cama... de um lado pro outro...
elevei as pernas, apoiando as na parede e deixei a camisola escorregar levemente em minhas coxas.
Enquanto ria dele me chamando de dengosa.. dengosinha... elogiando a voz "sexy" de menina.  
Ah.. que voz. D E L I C I O S A.. quente.. rouca...
Não, minto.. rouca foi ficando ao longo da conversa.
Antes era morna, densa.. voz de homem, não de menino. Já estava excitada teclando.
Ao ouvir ele quase sussurando rouco em meu ouvido, usando o famoso "haham" pra disfarçar..
Molhei minhas coxas. Contei à ele da tortura que era sua voz, e da camisola elevada.
Ele falou em como adoraria estar ali comigo, desnudando minha calcinha.. Opa.. calcinha?
Olhei pra minhas coxas levemente abertas apoiadas na parede, e onde minha camisola descansava
ali.. toda molhada... inchada... rosada.. minha vagina nua molhada me acenava. 
Não uso calcinhas, falei. Só quando é necessário...
ele gemeu e riu um riso nervoso, agitado.
Entramos num sedutor crescer, entre fantasias sussurradas, gemidos, mãos molhadas,
respirações aceleradas, tesão aflorado, eu suei.. gemi.. me contorci, quase implorei,
arfante pra te lo em mim realmente. Gozei arqueando meu corpo até molhar a cama.
Ele gozou um gozo longo... rico... aliviado.
Rimos um riso saciado.. ele constrangido, sem saber muito o que dizer..
Facilitei falando que agora, ele iria se atrasar ao trabalho.
Ele pediu me desculpas sinceras, envergonhado.
Despedimo nos com uma vontade de mais.
Gozei mais 3 vezes só relembrando sua voz e seus gemidos roucos
enquanto encharcava meus dedos em meu gozo e
alternava entre me penetrar, lamber meus dedos, apertar meus seios
e enlouquecer meu clitóris.
Sinceramente.. espero que tenha mais.
Numa hora até tocou-se no assunto real.. ambos ficamos no não sei, ele mais inclinado a sim.
Eu sinceramente não sei. Pedi pra deixar rolar, afinal, se tiver de ser.. será.
Não é a máxima que rola por aí? Mas se "tu" estiveres lendo..
Ao terminar, já sabes pra onde ligar..rsrsrs

Para alguns esse relato é chulo, pobre, totalmente baunilha.
O cara teve a "punhetinha ganha" da manhã.
Coisa ridícula, masturbação conduzida... etc.. etc.
Bom.. na pior das hipóteses do humor negro, pense..
estávamos fazendo o mais legítimo sexo seguro.
Hahaha... a esses eu brindo sua total falta de imaginação.

Mas para quem adora jogos psicológicos, vai entender o prazer que nos absorveu.
Saber que levei um estranho solitário à alturas esquecidas,
ouvi-lo perdendo pouco a pouco o controle
 e saber que fui eu que o conduzi ao seu limite é quase tão bom e intenso quanto realizarmos ao vivo.
Não.. não substitui o ao vivo. E nem, uma puta gozada no telefone, da garantias que o real seja tão bom.
Mas a mim agradou... e agrada.
Descobri-me assumida, uma fetichista em telefone.

Nessas horas meu lado sub vai embora e a Domme assume.
Ou ambas mesclam-se... misturam-se. O que acho mais provável.
Amo dar prazer.. quase tanto ou mais que receber.
Amo a "falsa" sensação de poder, de estar no controle..
De apenas com um gemido, um ofego,  uma palavra sussurrada,
te levar mais longe. Te fazer gozar.
Amei cada gemido.. cada respiração mal contida, cada falar agitado e constrangido.
Bebi de cada gota de teu gozo.
Bebi..
bebi de tuas palavras..
bebi de tua entrega..
bebi de teus balançares na cama.. (sim, eu os escutei..rsrs)
bebi de teus ofegos..
bebi de teus suspiros..
 bebi de cada elevar e descer de tua mão em teu membro..
bebi de cada vai e vem de teu quadril no colchão.. 
bebi de cada respirar ofegante..
bebi de cada palavra entre dentes..
bebi de cada tara pensada..e falada..
bebi de cada sensação..
pq me ausentei de mim, 
pra me embebedar de ti.  

Íris... uma recém descoberta fetichista em telefone.
Uma menina envolta em muitas mulheres
descobrindo à cada dia, quem e o que realmente quer. 

2 comentários:

  1. Já li muita coisa bonita, já vivi até experiências tangendo a descrita, mas ler algo tão interior, tão sinceramente erótico e desafiador, tão límpido e incisivo, posso dizer-lhe, é raridade.
    Parabéns e...continue assim na procura de si mesma e no desafio de Viver.

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  2. Obrigada Sir das Trevas..
    A busca é eterna..primeiro estou aprendendo as perguntas, para encontrar eu mesmo as respostas.
    volte sempre!

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Obrigada por comentar..